sexta-feira, 12 de junho de 2009

Artista também tem família para criar

“Toda vez que vocês pensarem em apertar o botão de download, lembrem-se de que artista também tem família”. Esse foi o apelo, ou melhor, dizendo, o “toque” do produtor e cineasta, Guilherme Fiúza, a todos os que participaram do evento “Conexão Vivo”, no dia 24 de abril de 2009 e cuja temática era o debate sobre direitos autorais.
Contraditório? Pode até parecer. Mas que deixa uma culpa lá no fundo, ah... Isso deixa! Digo contraditório, pois desconfio que hoje, com todos os atrativos da “rede”, é bem difícil encontrar alguém que não tenha se rendido à comodidade, à facilidade e acima de tudo, à economia dos serviços oferecidos pela internet, não é mesmo, Fiúza?!
Bom, se essa desconfiança não for provada, por favor, apresentem-me ao indivíduo. E se tudo acontecer como geralmente acontece no Brasil, onde quem devolve dinheiro achado na rua vira herói da nação, imagine o qual será o destino de quem nunca “baixou” uma música de forma ilegal? Será canonizado: santo, com direito a feriado nacional em seu nome e no mínimo uma semana de festas! Além disso, terá computador tombado como patrimônio histórico da humanidade!
Se artista tem família para sustentar, quem dirá os milhões de brasileiros de classe média que estão bem à margem da distribuição de riquezas no país. Como diz a letra daquela velha banda, “a gente não quer só comida/ a gente quer comida, diversão e arte”. Se é assim, por que a arte não pode chegar de forma plena e acessível a toda a população? Isso, claro, sem prejudicar a classe artística. Afinal, eles também têm esposa, cinco filhos pra criar, cachorro, gato, papagaio, periquito...

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