
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Parei Pra Pensar e...

sábado, 18 de julho de 2009
Michael x Macabéa

O lamentável (em todos os sentidos) episódio da morte do cantor Michael Jackson, me fez lembrar outra história. Assisti a toda cobertura feita pela mídia, inclusive aos inúmeros especiais que exibiam a vida e obra (mais a vida) do astro e o grande espetáculo que foi seu funeral e assim, fui remetida ao último romance escrito por Clarice Lispector, A Hora da Estrela, o qual narra a história de Macabéa, uma moça nordestina que chega ao Rio de Janeiro esperançosa, a fim de tentar a vida na cidade grande.
Mas, em que a morte de Michael se relaciona com o livro de Clarice? Mais ainda, como pode Michael, um artista consagrado e detentor de uma grande fortuna, ter alguma semelhança com a protagonista Macabéa, caracterizada pela própria Clarice como “uma moça tão pobre que só comia cachorro quente”?
Macabéa, durante todo o livro é tratada como mais uma entre tantos retirantes que chegaram ao Rio de Janeiro e por isso, sua história de vida não ganha destaque. Isso muda a partir do momento em que, atropelada por um carro, Macabéa morre. Nessa hora, a protagonista tem sua vida reconhecida. Michael, apesar de ter conquistado lugar de destaque devido ao grande sucesso de suas canções mesclado à sua tumultuada vida fora dos palcos, há muito tempo estava fora dos holofotes. Sem lançar material inédito desde 2001 e com o último escândalo, o julgamento por pedofilia, protagonizado em 2005, o rei do Pop fora esquecido pela mídia. Mas, no dia 25 de junho de 2009, Michael ressurgiu com força total. Ironicamente, assim como a personagem de Clarice, após a sua morte.
É nesse ponto que as duas histórias se relacionam. A hora da estrela, que dá título ao romance, é o momento da morte, quando o ser humano não mais é invisível aos olhos das pessoas, que só percebem o quanto ele é importante e faz falta, quando ele não mais existe.
Infelizmente, Michael passou pela sua hora da estrela, hora esta que vem sendo explorada de todas as formas por pessoas que desejam se promover às suas custas, através de matérias sensacionalistas exibidas em todos os veículos de comunicação e grande marketing em cima dos discos produzidos pelo cantor. O que no princípio poderia ser considerado normal, já que o maior nome da música Pop acabara de falecer e a notícia pegara a todos de forma surpreendente, agora, é considerado exagero e desrespeito ao grande artista que Michael é. A notícia de sua morte foi transformada em espetáculo e sacia a fome por ibope que permeia os órgãos de comunicação.
É certo que Michael, como qualquer grande artista, vendeu muitos discos em vida. Mas, com certeza, esses números não superam as vendagens alcançadas após sua morte. Isso indica que suas músicas são melhores hoje do que quando foram lançadas? Não. Apenas indica que quando estava vivo e podia dar espetáculos para todos em todo o mundo, seu trabalho não era tão reconhecido e valorizado. Hoje, como não pode mais cantar, teve suas canções imortalizadas. Com a perda, o mundo percebeu, tardiamente, a falta que Michael fará e corre para comprar todo e qualquer material disponível, como forma de suprir essa falta.
Mais uma vez, a história de Michael esbarra no romance escrito por Clarice Lispector, mais precisamente, no resumo que a autora faz do mesmo: “a história (...) é sobre uma inocência pisada, de uma miséria anônima”, com a pequena diferença de que Michael não é tão anônimo assim.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Pensamento do Dia
domingo, 12 de julho de 2009
Para pensar
O problema é um cano estourado na outra rua. Ouviu de relance ao passar perto do telefone. Mais uma vez nem se importou. Foi até a cozinha e... Susto! Já havia se passado boas horas e nada de água. Até o momento, para ela, estava tudo normal. Mas agora já era demais, talvez porque a necessidade batia em sua porta. E os dentes, como eu vou escovar os dentes? Tentou em todos os lugares: banheiros, cozinha, área de serviços. O jeito era apelar para o filtro.
Evite usar o vaso. O quê? Ainda estava sonolenta e por isso devia ter escutado mal. Não. Era isso mesmo. Sábado de manhã e... Sem água. Meu Deus! Entrou em pânico. A pia cheia de louça suja, que ninguém poupara na noite anterior. Sem jeito de tomar banho. A descarga, nem um pingo. E a mãe gritava para não usar o banheiro. Todos contavam com o reparo do cano e... Sem água por tempo indeterminado.
Pegou a água do vizinho. Não acreditou. É a solução. O vizinho viajara e deixara a chave de casa com o avô, para que ele recolhesse as correspondências, mas com o aperto, o avô aproveitou para recolher algo a mais. A caixa tá cheia. Traz o balde. Foi um tal de passar balde por cima do muro. Sim, por cima do muro. Não queriam que os outros vizinhos descobrissem a mina de ouro, ou melhor, de água. Mas, e o banho?
Pega mais um pouco que é pra menina tomar banho de caneco. Que situação! Como se não bastasse roubar água, o banho ainda seria de caneco! Pelada em pleno inverno e de caneco na mão.
Agora percebia o quanto fazia falta. Ficou imaginando o mundo sem ela. Se os vizinhos não poderiam saber da água roubada, para evitar brigas durante algumas horas na rua, o que aconteceria no mundo inteiro? Uma guerra mundial. Sem nem ter a opção de tomar banho de caneco, pessoas matariam por algo, que hoje, é considerado fonte INESGOTÁVEL de vida. Ninguém se preocupa... Até perder – escreveu no caderno. Continuou: Para se evitar uma situação dessas é melhor poupar. Banhos reduzidos, reaproveitamento...
Voltou. A água voltou! Foi interrompida. Ela sabia que uma hora isso iria acontecer. Fechou o caderno e continuou sua vida, sem se importar. Até que... Estamos sem água!
O Fenômeno da Informação
Gripe Suína
A crise
Diploma de Jornalismo
Vôo 447
Eleições para a presidência e especulações sobre a vida dos possíveis candidatos
50 Anos de Música do Roberto
Ronaldo
Copa das Confederações
Copa do Mundo
Crise no Senado
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Agora é a vez de Michael Jackson. A propósito, o corpo já foi enterrado??
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E o mundo continua girando... E as notícias continuam passando...