sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Para as longas horas de espera e solidão: escrever. Eis a solução

Enquanto o tempo não passa eu vou escrevendo...

Quatro e cinquenta. Restam apenas dez minutos. Logo será cinco horas e aí restará uma hora. A chuva cai. Lá fora os carros passam e jogam água nas pessoas que andam pelas calçadas. As senhoras passam com seu casacos e sombrinhas. As crianças brincam de pular as poças d'água que aparecem no caminho enquanto as mães, impacientes, juram doces e palmadas quando chegarem em casa. As ruas estão todas iluminadas e o cheiro do Natal se espalha por todo o ar. Que pena que aqui não neva. Se nevasse ia ser tão lindo! As ruas iluminadas estariam cobertas por um tapete branco e então, à noite, com o céu todo escuro, eu iria pensar que as nuvens caíram no chão, que o mundo virou de cabeça para baixo e agora eu estaria no céu, caminhando sobre todo aquele tapete branco de nuvens. As estrelas se confundiriam com os postes e luminárias acesas. As pessoas seriam anjos. Ah! Teríamos anjos louros, anjos ruivos, anjos negros. Todos tocando suas harpas e convivendo em harmonia. Mas aqui não neva. Aqui o céu não muda de lugar. Só vejo a chuva, as ruas iluminadas, as mulheres e suas sombrinhas, as crianças e as poças e as mães. Já passa das seis. Só mais uma hora enfim e fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário